8 de agosto de 2024
Reunião temática sobre equidade de gênero contribui com as propostas para a gestão de Graciela e Trovon
Troca de experiências com estudantes, técnicos administrativos e docentes compõe mais um encontro entre os candidatos à Reitoria da UFPR e comunidade acadêmica.

Ouvir, conhecer a realidade circundante, entender as necessidades, tomar nota. É assim que se estabelece a troca de experiências a cada novo encontro com a comunidade acadêmica da UFPR. Desta vez, Graciela e Trovon estiveram reunidos com mais de 30 pessoas, no Auditório do SACOD, Campus Juvevê, na tarde do dia 25 de julho, para conversar sobre equidade de gênero. E o semicírculo disposto no ambiente dá o tom da reunião: trata-se de um espaço de acolhimento, para que todas e todos tenham voz e vez.
É expressiva a presença feminina na UFPR. Em média, mais de 50% das pessoas participantes da universidade são mulheres, tanto no âmbito de matrículas nos cursos de graduação e pós-graduação quanto no que diz respeito à ocupação de cargos de docência ou técnico administrativos. Mas esse número revela uma falta: há pouquíssimas representantes femininas em cargos de gestão, por exemplo.
Para modificar essa realidade, uma das propostas para a gestão de Graciela e Trovon trata justamente desse tema. Com o objetivo de promover a inclusão, impulsionar a diversidade e alcançar a equidade, propõem-se “políticas de inclusão ampla e irrestrita”. Não há melhor forma de assegurar a igualdade de oportunidades para todos que estejam na universidade, combatendo qualquer tipo de assédio, senão por meio da escuta das pessoas que estão na UFPR diariamente.
Graciela Bolzon, candidata a Reitora da UFPR, destaca a necessidade de ultrapassar essa polarização. “A gente tem que conversar com todos sem fazer distinção, mas a universidade é muito mais feminina do que masculina. Não podem dizer que somos o sexo frágil, nós somos fortes!”.
A pauta traz à tona principalmente a desigualdade entre as mulheres e os homens, com foco nas atitudes necessárias à diminuição dessas diferenças. “Nós, como chapa, temos que colocar adiante a questão da equidade de gênero. E não só na teoria, é preciso oportunizar a prática efetiva dessa igualdade na nossa universidade”, declara o candidato a vice-reitor da UFPR, Alexandre Trovon.
Durante a conversa, uma das primeiras a pedir a palavra é Gabriela Reyes, professora no Setor de Educação da UFPR. Ela argumenta a favor da diversidade e do cuidado para com os indivíduos de forma integral. “Eu pergunto para os meus alunos: ‘quantos de vocês já tiveram uma professora doutora, negra e estrangeira?’ E digo: ‘aproveitem, que sou eu’, porque isso é sobre competência e só. O esforço pra chegar até aqui vai muito além. E ‘isso não entra no Lattes’!”.
Entre as discussões complementares, os 112 anos de história da UFPR sem uma mulher à frente da Reitoria aparece de forma significativa. Outros temas paralelos, como a questão do ingresso e permanência na universidade; protagonismo; incentivo a ensino, pesquisa, extensão, empreendedorismo e inovação; e a questão do acolhimento quanto ao ambiente são tratados pelo grupo.
A estudante Beatriz Dea, graduanda no curso de Design de Produto, evidencia a importância dessa reflexão, compartilhando sua experiência pessoal. “Sinto falta de um protagonismo por competência. Eu gostaria de estar numa situação em que eu não tivesse que pensar as minhas escolhas com base no fato de ser mulher, mas pela minha capacidade. Essa questão de desigualdade é estrutural e eu sinto falta de um acolhimento”.
A partir da conversa com a comunidade acadêmica, a chapa elaborou um documento que reúne as ideias propostas, a fim de acrescentá-las em seu plano de gestão. Porque de nada adianta a teoria sem a prática. E, caso você também tenha propostas de mudanças para a UFPR, seja na esfera desta ou de qualquer temática, entre em contato pelos nossos canais de relacionamento. Venha construir a UFPR do futuro conosco!